ESTUDO DA SEMANA

ESTUDO DA SEMANA

Nada menos que propaganda

Você não pode me dizer que as pessoas, quando colocam cristais nos pescoços, gastam dinheiro diariamente para ouvir gurus e contratam médiuns caríssimos, não estejam famintas de Deus.

Elas estão famintas para ouvir algo que esteja além de si mesmas, algo que não estão ouvindo na Igreja hoje. A questão é: as pessoas estão enfadadas da Igreja porque ela tem se portado como mera difusora da Bíblia! As pessoas querem estar ligadas a um poder maior! Sua fome as leva a qualquer lugar, menos à igreja. Elas estão à procura de algo para saciar a fome que lhes corrói a alma.

Ironicamente, mesmo sendo um ministro do evangelho, eu estava sofrendo da mesma fome que aflige aqueles que nunca tiveram um encontro com Jesus! Não me contentava mais em apenas saber sobre Jesus.

Você pode saber tudo sobre presidentes, realezas e celebridades; pode conhecer seus hábitos alimentares, endereço, estado civil. Mas, saber sobre eles não significa ter intimidade com eles, não significa que você os conheça. Na Era da Comunicação, com boatos passados de boca em boca, de papel em papel, de pessoa a pessoa, é possível compartilhar informações sobre alguém sem conhecê-lo pessoalmente. Se você ouvir duas pessoas conversando sobre a última tragédia que se abateu sobre alguma celebridade, ou a última vitória que ela experimentou, pode até pensar que elas conheçam a pessoa de quem estão falando, quando, na verdade, tudo que sabem são fatos a respeito dela!

Por muito tempo a Igreja só tem conhecido fatos sobre Deus. Nós conhecemos “técnicas”, mas não falamos com Ele. Esta é a diferença entre conhecer alguém e saber a respeito dele. Presidentes, realezas e celebridades: posso ter muitas informações sobre eles, mas não conhecê-los, de fato. Se os encontrasse pessoalmente, teriam que ser apresentados a mim, porque o mero conhecimento a respeito de uma pessoa não é o mesmo que uma amizade íntima.

Saber a respeito de Deus não é o suficiente. Temos igrejas cheias de pessoas que podem ganhar qualquer concurso sobre temas bíblicos, mas que não O conhecem. Temo que alguns de nós fomos desviados ou embaraçados, tanto pela prosperidade, quanto pela pobreza. Receio que tenhamos nos tornado uma sociedade tão farisaica, que nossos desejos e vontades não correspondam aos do Espírito Santo.

Se não tomarmos cuidado, estaremos cultivando o “culto ao bem-estar”: satisfeitos com nosso pastor amável, nossa igreja confortável, nosso fiel círculo de amigos, nos esquecendo dos milhares de insatisfeitos, feridos e aflitos que passam por nosso confortável templo todos os dias! Não posso deixar de pensar que, se falhamos até mesmo em tentar alcançá-los com o evangelho de Jesus Cristo, muito sangue foi desperdiçado no Calvário. Isso, de fato, me incomoda.

Tinha que haver algo mais. Eu estava desesperado por um encontro com Deus (o mais íntimo possível).

Depois de pregar na igreja do meu amigo no Texas, voltei para casa. Na quarta-feira seguinte, estava na cozinha, quando o pastor me telefonou de novo e disse: “Tommy, somos amigos há anos e não me lembro de ter convidado alguém para pregar dois domingos consecutivos, mas será que você poderia voltar no próximo domingo?” Concordei. Poderíamos dizer que Deus estava prestes a fazer algo. Estaria o perseguidor agora sendo perseguido? Estaríamos prestes a ser apreendidos pelo que estávamos buscando? (Veja Filipenses 3:12).

O segundo domingo foi ainda mais abençoado. Ninguém queria deixar o prédio após o culto da noite.

“O que devemos fazer?”, meu amigo me perguntou.

“Deveríamos fazer uma reunião de oração na segunda à noite”, eu lhe disse, e acrescentei: “Passaremos todo o tempo orando intensamente. Vamos apurar até que ponto vai a fome das pessoas e ver o que está acontecendo.”

Quatrocentas pessoas se apresentaram na segunda-feira para a reunião de oração e tudo que fizemos foi buscar a face de Deus. Algo, realmente, estava acontecendo. Uma pequena rachadura aparecia no bronze dos céus de Houston. Uma fome coletiva estava clamando por uma visitação.

Voltei para casa. Na quarta-feira, o pastor estava novamente ao telefone me dizendo: “Tommy, você pode voltar no domingo?” Ouvi suas palavras e seu coração. Ele, verdadeiramente, não estava interessado em “minha” volta. O que eu e ele queríamos era que Deus viesse. Ele é um dos nossos, é um caçador de Deus, e estávamos em uma ardente busca. Sua igreja havia estimulado a fome que havia em mim. Eles também tinham sido preparados para esta busca. Havia uma premonição de que estávamos prestes a “pegá-Lo”.

Uma expressão interessante, não é? Pegá-Lo. Realmente é uma expressão impossível. Podemos pegá-Lo assim como o Leste pode pegar o Oeste, eles estão muito longe um do outro.

É como brincar de pega-pega com minha filha. Quando ela chega em casa, após um dia de aula, nós brincamos como tantos outros pais e filhos mundo afora. Ao tentar me pegar, apesar do meu corpo grande e desajeitado, ela não consegue nem mesmo me tocar, porque uma criança de seis anos não pode pegar um adulto. Mas não é este o propósito da brincadeira, porque, alguns minutos depois, ela diz sorridente: “Ah, papai!”.

É neste momento que ela captura não só minha presença, mas, também, meu coração. Então, me volto e não é mais minha filha que está me buscando, agora eu é que corro atrás dela, a alcanço e caímos na grama entre abraços e beijos. O perseguidor torna-se perseguido. Será que podemos pegá-Lo? Literalmente, não, mas podemos pegar Seu coração. Davi fez isso. Se podemos pegar Seu coração, então, Ele se volta e nos busca. Esta é a beleza de ser um caçador de Deus. Você busca o impossível, sabendo que é possível.

Aqueles crentes, em Houston, tinham dois cultos agendados aos domingos. O primeiro culto da manhã começava às 8h30, o segundo, seguido a este, às 11 horas.

Quando voltei, no terceiro fim de semana, senti uma forte unção enquanto estava no hotel, um toque do Espírito, chorei e tremi.TOMMY TENNEY/LIVRO OS CAÇADORES DEUS